05 março 2011

dísticos e afins

Nenhuma objecção relativa à manifestação pública dos ideais civilizacionais, das crenças religiosas, das filiações partidárias ou desportivas ou outras por parte dos indivíduos. Mesmo não compreendendo o que leva alguém a fazê-lo, aceito pacificamente que outros sintam essa necessidade e o façam. Eu nunca senti qualquer necessidade de o fazer, nem nunca achei grande piada à decoração de automóveis com elementos estranhos ao seu fabrico e comercialização. Claro é que a culpa não é dos automóveis, mas sim dos seus proprietários que, por qualquer razão que a psicologia explicaria muito facilmente, projectam nos seus automóveis a sua imagem.
Houve um tempo em que era obrigatória a inclusão de determinada informação suplementar nos veículos, estou a lembrar-me dos limitadores de velocidade, das placas de localidade e raio de distância para os pesados e das placas de identificação de propriedade dos ligeiros - curiosas placas que para além do nome e morada do proprietário, incluiam uma imagem de S. Cristovão, o santo propector de qualquer viajante e, nalguns casos, havia ainda espaço para as fotografias dos respectivos proprietários -normalmente colocadas num suporte com íman nos tabliers para estarem visíveis do exterior.
No meio de toda a panóplia de acessórios, aplicações, autocolantes e placas que por aí circulam agarradas aos carros, há um tipo de autocolantes que me intriga especialmente. Falo daqueles que são, normalmente, oferecidos pelas marcas de produtos para bebés e crianças e que se destinam a colar no vidro traseiro. Através deles ficamos todos, os demais e estranhos, a saber que a bordo daquela viatura circula um bebé, nalguns exemplares ficamos a saber, inclusivé, o nome de tais bebés e, noutros ainda e complementando, é-nos comunicado para termos cuidado!.. porque ali vai um bebé. Para além de não perceber o que leva alguns progenitores a publicitarem assim o nome dos seus rebentos, importa questionar: Mas que raio de advertência é esta!? Até parece que o cuidado que devemos ter na estrada varia consoante o tipo de ocupante dos outros veículos. É pois uma informação palerma e estupidificante que, in loco, me incita a adjectivações várias aos seus promotores.
Desconfio que tudo isto não seja mais do que um possível caminho para aqueles que se querem dedicar ao transformismo automóvel. Para além de todas as questões de estética, relativas e subjectivas, sobre as quais não farei juízos de valor, talvez um dia também eu me converta definitivamente ao famoso tuning.

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