Enquanto espero pelo resto da família, sento-me para um café, um copo de água e, talvez, uma leitura de ocasião. Estou num café bastante concorrido e, ao olhar à minha volta, encontro à minha frente, sozinho, um indivíduo de meia idade a tomar café. Aquilo que me reteve a atenção nele foi o facto de estar com a revista LER aberta à sua frente, enquanto adoçava e mexia a sua bebida. Com os olhos sempre na revista, pegou na chávena e aproximou-a da boca, mas a determinado momento suspendeu esse movimento e ficou com o braço no ar e a chávena suspensa na mão, a meio caminho entre a mesa e a boca. Continuou a ler e o café suspenso, ainda fez uns ligeiros movimentos de aproximação, mas a leitura continuava a mantê-lo refém e toda a sua atenção no que lia. Só passados alguns minutos, talvez quando terminou um texto ou artigo, ou chegou a uma parte do texto menos interessante, e quando o café já estaria de certeza frio, é que resolveu finalizar aquele movimento inicial e, depois, lentamente pousar a chávena no respectivo pires. Fechou a revista, levantou-se e foi embora.
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