05 agosto 2020

vergonha real

Juan Carlos, Rei Emérito de Espanha

A notícia de ontem, de que o rei emérito espanhol terá saído de Espanha, numa fuga em segredo e sem destino conhecido, para evitar a justiça espanhola que investiga movimentos financeiros ilícitos, financiamentos e presumíveis corrupções, só nos pode deixar com vergonha alheia. Por muito que os responsáveis políticos espanhóis reajam dizendo que não estão em causa as instituições espanholas, referindo-se neste caso à monarquia, a verdade é que estão e muito, pois não é de agora que se percebe que os regimes monárquicos não conseguem coabitar com as democracias. Para além da questão de carácter do próprio, de alguém que deveria ser um exemplo a todos os níveis para os cidadãos do seu país, parece-me que os espanhóis deveriam estar a reflectir sobre o raio do direito inquestionável de alguém, por motivo de consanguinidade, herdar "um trono". Se há uma expressão feliz para a ideia de anti-democracia, essa expressão é a monarquia.

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