Fui deixar alguns livros no armário das camisas. Gosto de vestir uma camisa e ver como inusitadamente ali fica um exemplar bonito da "Metamorfose" de Kafka. Modo de me reenviar aos 15 anos de idade e me lembrar da razão de ter desatado a correr atrás do que sou hoje. Gosto de pensar que um livro basta para mapear cem pessoas que amo ou amei. E, com esse mapa, entender melhor do que nunca por onde passar para me manter mais dentro do mesmo sonho que já vem da vida inteira. Para 2021, mapas assim. Mais mapas assim.
Valter Hugo Mãe, in Jornal de Letras nº 1311 - Janeiro 2021
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