Não foi preciso esperar muitos dias depois das eleições e delas ter resultado uma maioria absoluta, para o PS começar a governar o Estado a seu bel-prazer, sem se preocupar com o que seja, sem olhar para o lado e sem, reparem bem no preciosismo, se preocupar com aquilo que estava anteriormente negociado com o PC e o BE.
De acordo com o jornal Expresso as linhas gerais mantêm-se, mas com alguns retoques como a criação de dois novos escalões no IRS, com um pequeno desagravamento do imposto ou aumento mínimo de 10 euros nas pensões. Mas o que chama à atenção são sobretudo as ausências, exemplo disso é o englobamento das mais-valias mobiliárias no IRS. Aplicava-se aos portugueses que fazem parte do último escalão de IRS, ou seja, com um rendimento coletável acima dos 75 mil euros e que nos últimos 12 meses tenham obtido rendimentos com bens móveis, tais como ações ou obrigações. O partido socialista justifica-se e diz que a aplicação da proposta depois da aprovação do novo orçamento ia criar problemas legais, dado que seria obrigatório cobrar o imposto com retroativos a janeiro. A medida foi exigida pelos parceiros da antiga geringonça, especialmente o PCP, mas nunca reuniu consenso entre os socialistas.
(in https://expresso.pt/expresso)
Aqui está um caso paradigmático daquilo que será a governação do todo-poderoso António Costa, perante a total incapacidade dos demais partidos beliscarem a sua vontade. Sim senhor. Maiorias absolutas é para isto que servem e foram, são e serão sempre, mais prejudiciais às democracias do que aquilo o próprio Primeiro Ministro diz querer normalizar. Não me restam dúvidas de que este governo vai-se deslocar para a direita e, sem os partidos da sua esquerda a pressionar, obedecerá à agenda dos interesses corporativos e patronais, em detrimento da agenda de maior justiça social e laboral. Cá estaremos para ir registando e denunciando as clivagens à direita e ao neo-liberalismo que se vão operar nos próximos tempos.
1 comentário:
Viva Luís, o país, como sabes, precisa de grandes reformas não podemos continuar a empobrecer alegremente e gastar por conta hipotecando o futuro das próximas gerações. Os partidos aprisionaram a democracia estão completamente anacrónicos, o PS é o estado, a sociedade civil é acrítica, somos um povo mansinho e continuamos a proclamar a dicotomia da direita e da esquerda. Com a solenidade e superioridade, a malta da esquerda outorga-se no direito de impor os seus ditames morais, quando na verdade apenas se trata de públicas virtudes e vícios privados, em suma, não conheço ninguém que não goste de viver bem, se possível debaixo do amparo do estado.
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