Espero, sinceramente, estar enganado e esta percepção ser mais resultante do meu mau feitio e do moderado pessimismo relativamente à pandemia.
Já todos devem ter reparado que de há uma ou duas semanas a esta parte, os media iniciaram uma campanha informativa sobre a proximidade da existência de uma, ou várias vacinas para combater a COVID-19 e avançam já com os planos de distribuição e aplicação dessas vacinas, com previsões de quantidades, estratégias de distribuição, locais de vacinação, grupos prioritários, entre outros pormenores, que me parecem extemporâneos. A verdade é que os próprios governos de vários países europeus, e não só, embarcaram nesta lógica de antecipação informativa, transmitindo ideias contraditórias e pouco precisas, que demonstra bem a ansiedade de toda a gente face à possibilidade de uma eminente cura para esta terrível doença.
Eu não sei o que vai acontecer, nem quando vai acontecer, mas precavido que estou, desconfio desta vertigem informativa. Estarão mesmo as vacinas em vésperas de serem aplicadas à população? Essa distribuição e vacinação irá iniciar neste curto espaço de tempo que tem sido anunciado? Estarão criadas as condições logísticas suficientes e capazes de dar resposta à dimensão desta operação? E por último, será a vacina eficaz e capaz de derrotar definitivamente o raio do vírus? Como vêem são demasiadas as perguntas e dúvidas que ainda não vi satisfatoriamente respondidas e esclarecidas na polifonia das televisões, dos jornais, dos opinadores e afins.
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