Hoje é o dia de todos os santos para o universo da igreja católica. Por esse país não faltam manifestações mais ou menos semelhantes de celebração cultual aos mortos. Este é também o dia que traz consigo o chamado ciclo de Inverno do calendário anual. Por todo o lado este momento é, igualmente, assinalado com as mais estranhas, impressionantes, singulares e peculiares manifestações tradicionais. Conheço algumas delas e, dado o seu valor patrimonial e simbólico, prezo que possam resistir e sobreviver ao passar do tempo e não se transformar na estrangeirice do Halloween que por todo o lado tentam impor. Mas regressando ao culto dos mortos e à sua materialização oficial, será aceitável e até compreensível que pela proximidade, pela convivência e pelo amor, choremos de saudades e sintamos a falta de cada um dos nossos ante-queridos, mas aquilo que não é nada racional é acreditarmos que todos e cada um deles, com sua morte, adquiriu o estatuto de "santo". Assim, algo estará mal na nomeação deste dia, pois se assinalamos o dia de todos os finados, não se deveria nomear "dia de todos os santos", mas enfim. Numa atitude reflexiva e num período em que tudo e todos são questionados, a propósito da intensão do governo alterar o calendário dos feriados, pois eis um que poderia muito bem ser alterado ou suprimido. Porque não se passa esta "festa" católica para um Sábado ou Domingo?!.. Como ainda ontem João Quadros escrevia no seu Twitter, "ponham flores de plástico nos mortos e acabem com o feriado de amanhã, santa paciência". Com um pouco mais de sensibilidade, eu tenderia a concordar com ele.
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