"Se perguntássemos a um bom número de escritores de hoje (mas este importante inquérito nunca se tentou fazer) iríamos perceber sem dúvida que eles não podem começar a escrever sem um certo conjunto de hábitos e de instrumentos: a predilecção de certos horários, de alguns lugares, o gosto pelos materiais de papelaria, tudo isso desenvolvido, por vezes, até à obsessão, comporta um conjunto inextricável de motivações: medo da página em branco, temor da esterilidade possível (atrasada por intermináveis protocolos preparatórios), sacralização da escrita como verdade (ou como divindade prestigiosa), fascínio do prazer que é atribuído ao exercício manual do grafismo." (Roland Barthes, 2009:95)
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