ilusão, a minha ilusão
Se é verdade que é nos momentos extraordinários, como o actual, que os grandes líderes se revelam, também é verdade que nos mesmos momentos todos nós, comuns mortais, nos confrontamos com a História; a nossa e a de todos, ou seja, a colectiva. Ao mesmo tempo, e à medida que nos vamos consciencializando da dimensão da tragédia, não conseguimos evitar os piores pensamentos sobre o que há-de vir. Não sei se sobreviverei, não sabemos quem sobreviverá, mas ainda que assim seja, o que virá a seguir será igualmente terrível, pois as perspectivas económicas são tremendas e o futuro muito incerto e inseguro para muita, muita gente.
Não tenho grandes ilusões sobre a sociedade que advier depois da tormenta, pois as forças e dinâmicas das nossas sociedades tenderão a restabelecer os seus paradigmas. Contudo, acredito que um novo mundo é possível e que esta pandemia poderá ser a sua cosmogonia. Socorrendo-me de dois versos de uma famosa cantiga de Zeca Afonso, eu gostaria de poder vir a encontrar em cada esquina um amigo, em cada rosto igualdade.
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