No passado dia 14 de Maio, o PAN apresentou na Assembleia da República um projecto de resolução que visava consagrar o direito de voto dos cidadãos maiores de 16 anos de idade, ou seja, uma antecipação dos 18 para os 16 anos, o que implicaria uma revisão constitucional extraordinária. A proposta foi chumbada pela maioria dos deputados, tendo votado favoravelmente apenas o deputado do PAN e a bancada do BE. Um dos fundamentos ou razões para a apresentação desta resolução era o combate à abstenção em Portugal e que os cerca de 140 mil jovens que passariam a poder votar, poderiam inverter a persistente indiferença e alheamento dos portugueses em relação àquilo que é a nossa vida política e das instituições de poder.
Nada me opõe a essa antecipação na idade para votar, mas desconfio da eficácia da medida face aos propósitos enunciados, pois a ter em conta aquilo que são os dados conhecidos dos últimos actos eleitorais, é precisamente nas faixas etárias mais jovens que se encontra maior percentagem de abstenção. Assim, com a aprovação de tal resolução, às tantas, em vez de conseguirmos reduzir as percentagens de abstenção, ainda iríamos conseguir aumentá-las mais. Digo eu.
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