09 novembro 2018

concordo, mas...


Eu também considero que os maus tratos a animais não é uma questão de gosto, mas sim um indicador civilizacional que nos localiza enquanto sociedade. Como tal, também me custa saber que há em Portugal uma "tradição" tauromática que ainda congrega muitos(as) portugueses(as), que consideram aceitável - para alguns, defensável até - o ritual de morte lenta dos toiros em arenas para gáudio das "multidões".
Percebo também as reacções, mais ou menos, efusivas e espalhafatosas do lobby pró-toiradas, que conscientes do seu extermínio, vão vociferando contra tudo e contra todos, não se apercebendo que são uma espécie em vias de extinção e que o tempo não lhes é favorável. Veja-se o triste papel a que Manuel Alegre se sujeitou ao escrever aquela carta aberta a António Costa, implorando ao primeiro-ministro que não se deixe influenciar por minorias da sociedade que são contra a caça e as touradas. Mais triste ainda é ele, tão formado e informado, não se aperceber que "minoria" é já quem "caça" e quem "toureia".
Com isto também quero dizer que, apesar da opinião contrária que tenho sobre as duas matérias (caça e tourada), não me parece producente extinguir por decreto tais actividades. Legislar, educar novas gerações para a sua restrição, parece-me muito mais aconselhável e, tal como já está dito, o tempo encarregar-se-á de extinguir tais práticas, pelo menos, nos formatos e espaços em que ainda hoje acontecem.
Mas sim, concordo com a Ministra da Cultura.

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