30 julho 2011

nas vésperas de agosto...

Penso que para muita gente, e para mim também, o início do mês de Agosto é um marco no calendário anual, talvez porque ainda sou (seremos!?...) um emigrante a viver permanentemente num país de emigrantes. Existem onze meses no ano e depois há o mês de Agosto - talvez esta ideia traduza um pouco melhor aquilo que sinto...
Quando se aproxima mais um Agosto e termina, a grande velocidade, o mês de Julho, mês cumprido, mês em que, felizmente, não fez assim tanto calor como é habitual, mês em que lí muito mas não escrevi aquilo que precisava, queria e deveria, ainda haverá tempo para, amanhã dia 31, participar na gravação de DVD da Orquestra Juvenil de Bremen que actuará na Casa do Música. Depois, no dia 1, parto para oito dias de trabalho de campo em terras do Douro e de Trás-os-Montes com o amigo e colega Shawn Parkust da Universidade de Louisville (EUA), num projecto que abordará questões relacionadas com a posse e uso das propriedades no último século, numa abordagem transdisciplinar (antropologia, geografia, história e talvez psicologia). Partimos com o propósito de procurar respostas para as seguintes perguntas: Como é que os movimentos de populações para as cidades, e das cidades para o campo, têm influenciado posse e uso dos terrenos? Qual o papel das estruturas locais, regionais e (até) nacionais e internacionais nessas lógicas e dinâmicas? Qual o papel dos imaginários individuais e sociais? Qual o papel da economia política? Qual o papel da biologia, da topografia? Qual o papel da gastronomia? Enfim, enquanto antropológos será nossa responsabilidade tentar interceptar factos históricos e traduzi-los para outras linguagens, mais humanas e mais geográficas (localizadas). O norte de Portugal será sempre, sem dúvida, um terreno fecundo e de etnografias inesgotáveis. Procurarei também aqui ir dando nota daquilo que iremos conhecer durante estes próximos dias.
Depois disto, regresso ao Porto para uns dias de casa e depois, lá para meados de Agosto, regresso com a familia ao centro do meu mundo para descanso de três semanas inteiras. Inshallah.

28 julho 2011

solilóquio

Houve tempos em que as notícias nos informavam e nos surpreendiam. Eram notícias. Agora e por mais que procure, nas rádios nas televisões e nos jornais, não consigo encontrar notícias. Tudo aquilo que nos é dado ou vendido vem já com cheiro a velho e sabor a requentado. Fico com a nítida sensação de que nada de novo acontece e de que já sabia, sempre. Sei que não sou o único...

26 julho 2011

Aquisições avulsas...

- Torres, Eduardo Sintra (2011), A Televisão e o Serviço Público, Lisboa, Fundação Francisco Manuel dos Santos;
- Gomes, Conceição (2011), Os Atrasos da Justiça, Lisboa, Fundação Francisco Manuel dos Santos;
- Mónica, Maria Filomena (2011), A Morte, Lisboa, Fundação Francisco Manuel dos Santos;
- Bourdieu, Pierre (2011), O Poder Simbólico, Lisboa, Edições 70;
- Molder, Maria Filomena (2011), O Químico e o Alquimista, Lisboa, Relógio D'Água Editores;
- Almeida, Onésimo Teotónio(2011), Onésimo Português sem Filtro, Lisboa, Clube do Autor;
- Morais, Cristiano (2006), Por Terras de Ansiães - vol.I, Carrazeda de Ansiães, Câmara Municipal de Carrazeda de Ansiães;

universal e tendencialmente gratuita...

Acredito num Serviço Nacional de Saúde (SNS) com qualidade, meios e recursos à disposição da população e de todos aqueles que contribuem com os seus impostos. E acredito que esse SNS deve ser sustentado pelos impostos dos portugueses, sendo aí realizada a distinção entre aqueles que mais ganham e mais impostos pagam e aqueles que menos ganham e, por isso, menos impostos pagam. O acesso à saúde não deveria implicar o pagamento de qualquer taxa. Por outro lado, penso que os medicamentos deveriam estar salvaguardados dos interesses dos mercados e obedecer apenas à real necessidade prescritiva e da patologia em causa. Defendo, portanto, a possibilidade de prescrição de unidoses e a possibilidade de as farmácias poderem trocar os princípios activos das prescrições médicas por genéricos, assim como a reutilização dos medicamentos. Sempre, claro, com o propósito de proteger e garantir que os indivíduos com maiores dificuldades financeiras não deixem de ser medicados e, assim impossibilitados de se tratarem.
Pois bem, na última madrugada fui a correr para os serviços de urgência com o meu rebento que ardia a quase 40 graus de febre. Para além de ter sido logo atendido e visto por uma equipa médica, ter realizado exames ao sangue e à urina, ter tomado 1 Ben-u-ron e ter usufruído do equipamento e instalações, não paguei qualquer taxa ou valor pelo serviço prestado - o que considero correcto e o ideal. Depois, com o correcto diagnóstico foi feita a respectiva prescrição medicamentosa, o que me levou a uma farmácia de serviço. Aí, fui imediatamente atendido, a partir do exterior, por uma simpática senhora que pelo aspecto eu acabara de acordar. Para além de me aviar a receita, ainda se disponibilizou para preparar a solução. Por fim, pediu-me 17 cêntimos pelo medicamento. Fiquei atrapalhado, pois não tinha 17 cêntimos para pagar e tive que utilizar o cartão multibanco. Não houve qualquer problema e assim, já com os primeiros raios de luz matinal, regressámos a casa. Aquele valor incomodou-me, pois não me parece razoável pagar 17 cêntimos ou algo parecido por qualquer medicamento. Este é o retrato das enormes desigualdades e injustiças no acesso à saúde em Portugal. Bem gostava que nem fosse preciso pagar qualquer valor por qualquer medicamento, mas inaceitável é que possa existir tamanha diferença entre os preços de medicamentos. Seria muito mais justo, socialmente, um nivelamento dos preços, que de forma generalizada baixassem os preços dos medicamentos. Disse.

22 julho 2011

bom conselheiro...

Para entrar em contacto com o mundo exterior, certas pessoas apenas compram um jornal todas as manhãs. Não sou tão ingénuo. Sei que nos jornais só encontrarei uma leitura do mundo feita por terceiros, ou então por uma máquina anónima especializada em seleccionar, entre a poeira infinita de eventos, aqueles que podem cair na malha da "notícia". Outros, para fugir da palavra escrita, ligam a televisão. Mas sei que todas as imagens, mesmo as das reportagens ao vivo, pertencem ao discurso construído, à semelhança daquele dos jornais. Por isso, não compre o jornal, não ligue a televisão, apenas saia e dê uma volta. Ítalo Calvino

20 julho 2011

ainda da cruzada...

...no Jornal Público de hoje.

a janela para um horizonte ideal...

19 julho 2011

nova plantação, ainda que em co-autoria

Hoje tive conhecimento da edição deste livro para o qual também contribuí. Foi já em 2008 que participei no I Congresso Internacional de Estudos Interculturais, organizado pelo Centro de Estudos Interculturais (CEI) do ISCAP no Porto. Na altura foi-me garantido que os textos apresentados seriam publicados em Português e Inglês. Segundo sei, infelizmente, o meu artigo "A cultura como tradução: exercícios etnográficos em diálogo", escrito a três mãos, apenas foi incluído na versão portuguesa. Apesar de tudo, só hoje fui informado da situação e só agora encontrei a capa do livro, pois até à data ainda não me enviaram nenhum exemplar - entretanto já reclamei junto do CEI e aguardo resposta. Fica o registo e o caminho para a apresentação da publicação e loja online.

18 julho 2011

relatos de uma viagem

primeira parte
Olá, hoje eu e a minha família fomos à serra da estrela, mesmo no ponto mais alto. As estradas eram estreitas e as montanhas onde nos passámos eram íngremes e muito altas, eu e a minha mãe gritávamos porque tínhamos medo da estrada. Passamos por muitas aldeias, almoçamos numa aldeia que ficava num vale (Manteigas). Demos a volta completa a serra, depois chegamos a cidade de Covilhã, onde íamos apanhar uma estrada que fazia ligação a Unhais da serra. No hotel H2O vestimos os nossos fatos de banho e fomos para as piscinas. Fomos jantar ou restaurante do hotel, e depois cá estou eu a escrever este pequeno testo na cama.
segunda parte
As minhas ferias na serra da estrela já acabaram, que pena estava a ser tão divertido! Estou de viagem para o Porto para a minha linda casinha, estou atrapalha porque hoje o meu avô faz anos e tenho uma festa na minha escola de despedida não sei como resolver porque não posso faltar aos anos do meu avô e também não posso faltar a festa. Depois logo se vê mas vai ser uma decisão difícil!

17 julho 2011

da cruzada...

... no Jornal Público de há uns dias atrás.

16 julho 2011

tsunami

11 julho 2011

instante urbano XIV

Tarde dedicada a acompanhar a criança ao cinema. Tal como tem acontecido nas últimas vezes, eu já não preciso entrar na sala com ela, pois felizmente ela já se emancipou nesse aspecto (afinal, ela tem já quase dez anos... dez!!!). Esta nova circunstância é-me mais favorável, uma vez que para além de não ter que ir assistir a filmes de animação, que por defeito não me atraem e não ter que gastar o valor do respectivo bilhete, permite-me transformar esse tempo em tempo útil para algum trabalho.
Sentado, num lugar fronteiriço à porta do cinema, vou controlando quem por perto se vai instalando. Duas mesas à minha frente e virada para mim, está uma mulher que, diria eu, terá entre os quarenta e os cinquenta anos. Está sozinha e vai lendo algo que as costas dos bancos que nos separam me impedem ver. Nestes últimos, sei lá, vinte minutos esteve entretida, ou melhor, esteve ocupada a decorar a cara. Todos os pormenores foram minuciosamente revistos num pequeno espelho que transporta numa pequena bolsa (talvez num necessaire, como agora lhe chamam...). Pintou os olhos e retocou as pestanas, pintou os lábios e catou com uma pinça dois ou três pelos do buço, borratou as maçãs em tons de laranja e, depois disto tudo, ficou a contemplar-se longamente no reduzido espelho. Pareceu-me satisfeita com a resposta obtida... Que beleza encontraria ela nesse reflexo? Pois claro, é preciso estar bonita para o que vier. E veio. Passados alguns minutos, um senhor abeirou-se, os seus rostos tocaram-se por duas vezes e saíram.

03 julho 2011

Árvore da Vida

Hoje, Domingo, terá sido o primeiro dia de verdadeiro descanso nestas últimas semanas. Sem ter o que fazer e sem saber com que me ocupar, decidi ir ao cinema. Tinha ouvido falar deste filme de Terrence Malick, aclamado por várias realizações, das quais conhecia "A Barreira Invisível" e não tendo mais nenhuma referência em relação ao que actualmente está em cartaz, lá fui ver o filme. Com um elenco reduzido e onde sobressaem os nomes de Brad Pitt e de Sean Penn, fiquei preso à beleza exótica da actriz Jessica Chastain. «"A Árvore da Vida" reflecte sobre a origem do universo e de como a tragédia da vida de um ser humano pode ser tão diminuta quando vista a uma escala global. » Apesar de ter percebido a sua mensagem central, achei-o aborrecido e demasiado longo. Não gostei nada das longas cenas de negros e de efeitos especiais que, supostamente, retratam a origem do universo. Também me parece que terá sido pensado e produzido ao jeito das nomeações de Hollywood. Pouco aconselhável.

LER para as férias...

02 julho 2011

quarenta anos...

a idade de um mito.

serviço público em escrita...

O bem que a escrita de Onésimo me faz - pagar-lhe será lê-lo (adaptado), nas horas e dias que se seguem.

01 julho 2011

a minha cruzada...

...no jornal Público de hoje.