05 novembro 2009

instantes urbanos VIII

(na recepção de um hospital privado e enquanto eu e mais 524 pessoas éramos atendidas. A determinado momento, ao meu lado esquerdo e bem perto, é a vez de uma senhora, que pela aparência arriscaria dizer que teria cerca de 50 anos, ser atendida. A conversa foi mais ou menos a que se segue.)

- Bom dia, em que posso ajudá-la?
- Queria marcar estes exames (entrega-lhe a prescrição médica), mas tenho urgência nos resultados.
- Muito bem, vamos ver. (a meninda do atendimento, simpática e gira, passa a olhar para o monitor do pc) - A senhora quer fazer os exames hoje?
- Hoje, agora?..
- Sim... Já comeu alguma coisa hoje?
- Já.
- Então não pode ser hoje. Deixe-me ver outra data. Na 4ª feira pode ser?
- 4ª feira... não posso. É dia de feira.
- E na próxima 6ª feira, dia 13?
- 6ª feira dia 13!?.. isso não menina. Eu não vou fazer exames num dia desses. Sabe menina, são as superstições...
- Então... e dia 16, 2ª feira, às 11:30 horas?
- 11:30!.. não pode ser mais cedo?.. é que estar sem comer até essa hora não é fácil...
- Assim deixa de ser urgência, mas deixe ver...
- Pois é menina, veja lá o que pode fazer...
- E no dia 20, 6ª feira, às 8 horas?
- Mas eu não consigo estar cá a essa hora. O melhor era mesmo por volta das nove, nove e meia...
- A essa hora só poderá ser no dia 30 de Novembro.
- Está bem, pode ser. Pode marcar menina. Obrigada.

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