13 abril 2012

um galo de barcelos

Amanhã, dia 14 de Abril, acontece a final da Taça da Liga em Coimbra e que será disputada pelas equipas do Benfica e do Gil Vicente. Como não poderia deixar de ser, no Portugal de hoje, durante este dias que antecedem esse jogo de futebol, foram vários os momentos e os apontamentos de reportagem, com directos televisivos e afins, acerca da preparação das duas equipas e acerca do pulsar das respectivas massas adeptas e simpatizantes. Aqui, uma nota para a clara distinção naquilo que é a relação entre cada um dos clubes e a cidade que os acolhe. Em relação ao Benfica, não me apercebi de qualquer esforço ou tentativa jornalística junto da população da cidade de Lisboa, enquanto que em Barcelos, pelo contrário, foram vários os momentos em que os seus habitantes foram confrontados com as câmaras de televisão e a curiosidade de um(a) jornalista, numa clara imputação de um estatuto de inferiodade destes perante o "Golias" que teriam que enfrentar...
Foi precisamente numa dessas preciosidades jornalísticas, de imenso interesse para o país, que pude assistir à boçal e maior imbecialidade dos últimos tempos. O senhor que tem o nome esquisito e, não por acaso, é presidente do Gil Vicente, perante todo o país, fez questão de anunciar a sua promessa para o caso de o seu clube vier a trazer o "caneco" para Barcelos. Este senhor, iluminado não pelo santo Galo de Barcelos, mas pelos euros que lhe sobram nos bolsos, comprometeu-se em caso de vitória do Gil Vicente a dar champanhe aos sem-abrigo da cidade de Barcelos durante uma semana. Espectacular ideia e, acima de tudo, a demonstração da sensibilidade e do cuidado para com o bem estar dos mais desfavorecidos. Assim de repente, não me ocorre outra necessidade que esses infelizes possam ter a não ser a embrieguez pelo "caneco" do generoso espumante. Aliás, já estou a ver as equipas de jovens voluntários locais, devidamente equipados e patrocinados, bem dispostos e sorridentes, a distribuirem garrafas ou copos do generoso e refrescante champanhe pelas ruas da cidade. Isto, claro é, seguidos bem de perto pelas equipas de reportagem de todos os órgãos de comunicação social nacionais. Adivinho até que esse mesmo bom samarinato não perderá a oportunidade para tirar mais um retrato, naquilo que é a sua promoção em direcção ao rídículo.
Poderia dizer-se que este é o triste mundo do futebol em Portugal, mas não. Teremos que admitir que este é o triste mundo português.

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