15 outubro 2013

mediascape: a liquefação do estado

A propósito desta notícia do Expresso que refere que a manutenção do ministro dos Negócios Estrangeiros no cargo já é mote para apostas em sítios especializados na internet, facto devidamente enquadrado na actualidade nacional, socorro-me de Zigmun Bauman (2005), que a propósito das questões de identidade afirma que assistimos à passagem dum estado sólido a um estado líquido da identidade. Pois parece-me mais do que razoável a analogia com o actual estado das nossas instituições de poder. Em Portugal assistimos, nos últimos anos e com maior incidência no passado recente, à total liquefação das instituições de poder e representação, governadas, dirigidas e coordenadas por agentes que estão num grau zero de governança e de respeitabilidade. Bauman fundamenta o seu pensamento: “A principal força motora por trás desse processo tem sido desde o princípio a acelerada «liquefação» das estruturas e instituições sociais. Estamos passando da fase «sólida» da modernidade para a fase «fluída». E os «fluídos» são assim chamados porque não conseguem manter a forma por muito tempo e, a menos que sejam derramados num recipiente apertado, continuam mudando de forma sob a influência até mesmo das menores forças”.
Nota de rodapé: como é oportuna e adequada a referência "até mesmo das menores forças"...

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