Dirão alguns, ou muitos outros, que a barbárie nunca chegou a abandonar a Europa, ou mesmo o mundo inteiro. Dizem inclusive que ela faz parte da condição humana. Não sei quem tem razão, mas consigo perceber que existe um sentimento crescente de tolerância perante as manifestações que vão acontecendo um pouco por todo o lado e, em particular, na Europa.
Hoje, enquanto viajava, ouvi num noticiário da TSF que uma deputada trabalhista britânica, Jo Cox, foi assassinada enquanto participava numa acção de campanha do referendo sobre o famoso "brexit". Incrédulo e tentando perceber todos os pormenores sobre o caso, fui reflectindo sobre a violência visivelmente crescente que temos vindo a experimentar. Mais, reparemos na actualidade do nosso continente e na sequência dos factos, momentos, eventos, catástrofes e crimes que nos assaltam diariamente os sentidos. Se nos conseguirmos afastar emocionalmente e distanciar de todos e cada um dos casos conhecidos, tentando uma perspectiva à posteriori, como que num filme relativo a uma época histórica passada, verificaremos como a Europa, depois de tantas décadas de paz, tranquilidade e algum sossego social, vive a ferro e fogo, num estado de guerra latente, se não mesmo eminente. Hoje foi mais um episódio que um dia fará parte desse filme, mas o triste é sabermos isso mesmo, que foi só mais um episódio e que amanhã será um novo dia. A Europa está ferida, séria e dolorosamente ferida, quiçá, de morte.
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