09 dezembro 2010

não-ditos

Facilmente revejo os dias de agora como dias de não-ditos, esses processos de integração semântica não explícita que se encontram silenciosamente inscritos nas práticas comunicacionais quotidianas. Resmas de conhecimentos implícitos que não são falados, porque não é preciso, porque se receia, porque não se acredita. É todo um mundo de associações semânticas, narrativas e definições que, apesar de raramente serem explícitas, influenciam surdamente e dirigem silenciosamente as formas como os indivíduos fazem uso das suas vidas e dos seus mundos, num processo contínuo paradoxal de desestabilização e/ou de consolidação identitária.

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