03 junho 2011

ideias soltas a propósito da campanha eleitoral

Desde o momento que se soube a data destas eleições legislativas que eu disse que era uma péssima altura para acontecerem. Sei lá, algo me dizia que não era bom irmos para eleições nesta altura. Enfim, aconteceu e agora chegamos ao último dia de campanha. Se correu bem ou não, dependerá sempre da perspectiva, mas em termos gerais, não me parece que tenha sido sequer uma campanha esclarecedora. Falou-se de tudo e não se falou de nada. Pareceu-me um delírio colectivo dos partidos e, principalmente, da comunicação social que insistiu em transmitir momentos de autêntico vazio informativo, reforçando assim, a importância desse devaneio dos principais partidos e seus líderes. Falar das sondagens e dos números apresentados ao longo destes dias é também falar de um estado alterado de consciência, pois não me parece que no dia 5 o resultado das eleições sequer se aproxime de muitas das previsões. Pensar que o PS possa ganhar as eleições é delírio, pensar que o CDS possa chegar aos 15 % ou mais é delírio, pensar que o BE possa ter 4 % ou menos é delírio. O PSD vai ganhar confortavelmente e vai formar governo. Pena tenho que leve consigo o CDS e Paulo Portas, que não fez mais do que andar de pés em bico o tempo todo, dizendo que é sério, é trabalhador e que, acima de tudo, os portugueses devem premiar o mérito. O que é isso do mérito em política!? O que fez ele de meritório a não ser ter contribuido para estarmos como estamos?
Entretanto, as sondagens dão ao meu espaço político não mais de 6 a 7 %. Parece-me pouco, muito pouco. Por outro lado, e não tendo eu praticamente participado na campanha, aquilo que fui apreciando foi um partido sem ânimo, sem grande vivacidade, tão característico em momentos anteriores. Parecem-me derrotados à partida e isso é mau, muito mau. Espero estar enganado, muito enganado, mas temo muito o resultado da noite de Domingo. Gostaria aqui de dizer que espero e conto com um reforço da votação e da representação no parlamento, mas não acredito nisso, nem me parece razoável dizê-lo. Veremos. Foram umas eleições tristes e pouco saudáveis, bem sintomáticas do estado actual da nossa sociedade.

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