Fui acompanhando à distância o processo de destituição da Presidente do Brasil, Dilma Rousseff, ao longo dos últimos meses. Agora que o processo chegou ao fim e o Senado está a votar a destituição definitiva e o impedimento de ocupar cargos de eleição durante oito anos, acompanho, através da Globo News, essas votações e seus debates. Dilma foi condenada e perdeu o mandato com uma votação de 61 votos a favor e 20 contra. Está consumado o golpe. Sim, trata-se de um autêntico golpe de estado. É inacreditável como, sob um discurso e um ritual que obedece às regras e aos princípios democráticos e republicanos, um bando de corruptos e criminosos engravatados derrubam uma Presidente honesta e democraticamente eleita. Ouvir os senadores brasileiros que, sem vergonha e curvados pelo peso de tantos indícios de fraudes e crimes, se permitem ajuizar a presidência da República, é perturbador e demonstrativo da podridão ética e moral que atravessa a elite política brasileira. Lamento muito. Um país com as potencialidades do Brasil não consegue libertar-se das amarras e dos estigmas do terceiro mundo, ao qual parece estar destinado a pertencer eternamente.
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