Todos os anos por esta altura dedico um dia para passear, caminhando pelo monte, naquilo que é o termo de Vila Boa, meu axis mundi, procurando sempre percursos diferentes e alternativos que possibilitem andar durante grande parte do dia sem sentir qualquer sinal de civilização. São passeios magníficos e, a cada momento, a contemplação de paisagens fabulosas faz-nos esquecer o cansaço crescente que nos invade o corpo. Em pequeno grupo familiar, sempre liderado e orientado pelo patriarca, é sempre um prazer observar a natureza neste seu momento de cíclico rejuvenescimento. Estes passeios remetem-me sempre para Jean-Jacques Rousseau e os seus "Devaneios do caminheiro solitário" (2007, Livros Cotovia), onde aproveita os seus passeios pelo campo para reflectir sobre as questões que lhe importunam a mente. É uma obra que me marcou e à qual, por razões várias, regresso regularmente.
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