Foi hoje discutida na Assembleia da República um projecto do BE e do PAN para a legalização da canábis com fins medicinais. Acontece que já se sabia que o PSD, o CDS e o PCP iriam votar contra. Talvez por isso, o BE e o PAN, antecipando-se, propuseram que a proposta baixasse à especialidade, em sede de comissão de saúde, sem votação. Aquilo que me parece importante, para além da qualidade e defeitos das propostas hoje apresentadas, é a evidência científica mais do que consensual do uso da canábis como terapia para algumas doenças crónicas ou terminais. Não sou consumidor da substância, apesar de lhe achar alguma piada, mas nada abstenho ao seu uso e consumo, seja para fins terapêuticos, seja para puro e simples prazer e recreio. A sua legalização, se mais não fizesse, impediria o tráfico e a enorme especulação do produto. Tal como noutras matérias ditas fracturantes (aborto, casamento homossexual, etc) a hipocrisia de muitos daqueles que nos representam é gritante. Fartam-se de consumir todo o tipo de drogas, mas tornar isso lei e acessível a quem mais precisa delas não. Isso não. É pecado.
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