13 agosto 2019

sem fins lucrativos


Em véspera de partir para os tais dias de descanso, encontro este livro da filósofa Martha C. Nussbaum e não consigo deixar de pegar nele para espreitar e perceber de que se trata. Conheço esta autora desde o tempo do meu mestrado, tendo sido referência recorrente em vários módulos. O sub-título do livro foi o que me chamou mais a atenção, na medida em que também considero que a maior lacuna das actuais democracias capitalistas é o esquecimento da dimensão humanista nessas sociedades. Acredito, honestamente, que a qualidade das sociedades está relacionada com a dimensão humanista das mesmas, nos seus ambientes educacionais e formativos, na cidadania e no conhecimento.
Ainda que a lista de livros para ler nestes dias seja ambiciosa, não posso deixar de acrescentar este pequeno quase-manifesto por um mundo melhor, mais justo e mais solidário.

Na contra-capa, está escrito o seguinte:

Neste livro tão breve quanto poderoso, Martha C. Nussbaum, filósofa norte-americana, revela a importância central das humanidades em todos os níveis da educação e discorre sobre as razões pelas quais devem ser considerados inconformáveis para a criação de cidadãos democráticos competentes. Recentemente, a tendência perturbadora, nos Estados Unidos e não só, para tratar a educação como se o objectivo principal fosse ensinar os alunos a serem economicamente produtivos, em vez de lhes fornecer ferramentas para pensarem criticamente enquanto indivíduos conhecedores e empáticos, revela que a crise das ciências humanas está longe de diminuir. A par de uma crescente incapacidade para pensar, vemos também cada vez mais reduzida a solidariedade para com algumas franjas da sociedade, bem como a competência para lidar com problemas globais complexos. A perda destas aptidões elementares, defende Nussbaum, põe em risco a saúde das democracias e a esperança num mundo melhor.
Em resposta a esta situação, Nussbaum propõe que resistamos aos esforços para reduzir a educação a uma ferramenta do Produto Interno Bruto. Em vez disso, é fundamental trabalharmos para associar a educação às humanidades, a fim de proporcionar aos estudantes a possibilidade de se tornarem verdadeiros cidadãos democráticos dos seus países e do mundo. Traduzido em mais de vinte línguas, Sem Fins Lucrativos oferece-nos um cenário preocupante mas esperançoso, e constitui um manifesto que deve ser um grito de guerra para quem se preocupa com os propósitos mais profundos da educação.

Reflexão: o título deste livro daria um bom epitáfio para a história da minha vida...

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