20 abril 2007

Um Vício de Boca

Se alguma qualidade em mim reconheço é o facto de não ser facilmente influenciável, o que para alguns é, pura e simplesmente, teimosia ou casmurrice. Até à data, a verdade é que não encontrei o “vício”, o tal que nos subtrai tudo e mais.
Tenho, isso sim, alguns prazeres. Considero-me até um viciado nesses prazeres, quase privados, que assiduamente vou cultivando, dos quais, aqui e agora, destaco, em género de confissão pública – um erro para quem ambições tem, uma vez que em público só as virtudes importam. Diariamente, ou quase, bem perto do serão – magnifica abstracção, o ritual em volta de um cachimbo adocicado com ervas holandesas e bebericado com um velho escocês de 12 ou mais de vida. Intimidade solitária e egoísta, esta minha.

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