18 julho 2007

Em Digressão

Servindo-me das maravilhas que são as novas tecnologias e quando o Alfa em que viajo, circula a cerca de 180 kms por hora, algures entre Lisboa e o Porto, aproveito para reflectir sobre esta nova experiência que é fazer apresentações de "algo" por nós criado. Alguns dos meus amigos, quando lhes disse que iria publicar um livro, depressa concluíram que a minha missão nesta vida estaria então finalizada. Nada mais falta cumprir e assim poderei partir descançado...Entretanto, confesso que muito me agradou, não o reconhecimento ou a notoriedade que possa ter advido deste projecto, mas sim o facto de algumas editoras se terem mostrado interessadas em editar o mesmo. Com a devida modéstia posso dizer que pude escolher a editora que mais me interessou. Depois, veio o tempo da partilha e das apresentações, o tempo de agora, em que sou obrigado, por clausulas contratuais, a deslocar-me a outras cidades para aí dar testemunho do meu trabalho. Nada me custa e fui, irei com o maior dos prazeres. Contudo, agora que já o "provei" não poderei deixar de referir, a confusão de sensações experimentadas... Se por um lado me sinto recompensado pelo esforço e dedicação e é agradável perceber a reacção das pessoas que contactam com o livro, por outro lado, a simples partilha que é a publicação do trabalho, significa abdicar daquilo que até aqui era só meu e agora será do "mundo" e de todos. Também significa o meu consentimento e aceitação de um julgamento público e/ou da academia relativo às minhas qualidades, não tanto enquanto escritor, mas fundamentalmente enquanto cientista social e antropologo. Tranquilo e satisfeito com o até aqui conseguido, viajo de regresso a casa. Confidêncio que ver um livro meu, com destaque, exposto e à venda na Fnac não me deixa indiferente (impressões primeiras de um qualquer principiante). No que diz respeito às vendas e ao sucesso comercial do livro, estou perfeitamente a "oriente". Sei que no dia 29 deste mês estaremos na Fnac em Gaia... Até lá.

1 comentário:

João Cristiano R. Cunha disse...

Amigo Luís,
Estranha é a sensação de um trabalho deixar de ser "nosso" e passar a ser do "mundo"... Sem dúvida... Quanto a "julgamentos", não esqueças que, neste particular, o maior especialista, do mesmo "mundo" a quem ofereceste este trabalho, és TU!
Que seja o primeiro de muitos... Como referi, em ADEARTES, Parabéns pela forma como vês, sentes e escreves o mundo.