É com amargura e verdadeira tristeza que me despeço do João. Amigo desde a minha primeira meninice e com quem convivi e aprendi. Enquanto miúdo, foi com o João que passei tardes e serões a jogar às cartas - ao burro e à bisca. Tenho a sensação que foi com ele que aprendi e ganhei o gosto pelas cartas. Foi também o João quem me ensinou e deixou "conduzir" pela primeira vez um carro-de-bois - momentos inesquecíveis e irrepetíveis de uma arte e saber em extinção. O João faz parte da minha infância e adolescência e será sempre uma memória boa para mim.
O João não estaria em idade de partir. Nos últimos anos, algumas contrariedades e problemas trouxeram-lhe desarranjos e desequilíbrios mentais, que o levaram para perto do precipício. Esta madrugada a mulher encontrou-o caído e já sem sentidos à porta da casa-de-banho.
Estive com ele, pela última vez, no dia 27 de Março. Reconheceu-me e esboçou um sorriso.
Na fotografia, o João e a Lena, em 1999, num dia feliz para eles e para mim em especial. Foi difícil convencê-lo a estar presente...
Sem comentários:
Enviar um comentário