Aproveitando o dia santificado por parte da humanidade e a sorte de um dia primaveril e ameno, fomos dar um passeio pelo "termo" da aldeia, visitando e conhecendo as propriedades que um dia herdaremos. Durante cerca de quatro horas percorremos vales e encostas, cumeeiras e montes, deambulámos por matas serradas, habitat de javalis e outros animais do monte. Guiados pelo nosso pai, fomos percorrendo esses recantos da sua juventude, recheados de memórias desse tempo em que o monte era ainda trabalhado, vivido e partilhado. Agora, tudo é monte. A esquadria das "amarras" que dividiam as sortes, são agora irreconhecíveis e só alguns, os mais velhos, conseguem identificar esses marcos estruturadores do território.
Para além da descoberta de alguns lugares magníficos, a experiência ficou marcada pelo reencontro com as bonitas pascoelas. Pequenas flores amareladas que se espalham pelos lameiros, principalmente em lugares húmidos ou junto aos riachos e águeiras, no início da Primavera e que eram, e talvez ainda sejam, colhidas pelas crianças para forrar as entradas das casas na hora da visita pascal. É uma recordação da minha infância na aldeia e, nesse tempo, tenho a sensação, seriam mais abundantes. Agora, encontrei muitas, mas com menor densidade. Continuam bonitas.
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