22 maio 2019

fomos Porto?


Não gosto de escrever sobre futebol, sobre jogadores, treinadores, árbitros ou equipas, muito menos gosto de escrever sobre o meu clube. Não o faço. Não gosto de o fazer porque, enquanto adepto que sempre fui do FCP, não se usa da razão, apenas e só conseguimos verter as emoções que nos assaltam o ser. Escrever com razão sobre futebol, sendo adepto, não é um exercício honesto e imparcial - veja-se a panóplia desmesurada de opinadores televisivos, ou leiam-se os doutos entendidos nos três diários desportivos e afins. Perante tamanho chinfrim mediático, a perplexidade permanece: haverá público para tanto dislate, para tanta ignorância, para tanta pseudo-ciência (estou a lembrar-me de um tal de Luís Freitas Lobo) aplicada ao futebol? Pelos vistos, sim, há.
Esperei pelo desfecho do campeonato nacional e pelo acalmar das emoções, para aqui vir reflectir um pouco [entenda-se, um carpir das mágoas de adepto magoado] sobre o desempenho do FCP durante este campeonato. Como foi possível, depois de uma vantagem que chegou a ser de sete pontos, depois de provocar uma chicotada psicológica no Benfica, perder nove pontos e assim o campeonato? Com toda a certeza, haverá mais do que um responsável, mas aquilo que mais me custou foi não ter percebido em ninguém, da estrutura e/ou dos arredores, do FCP um mea culpa, um reconhecimento de erro, de má decisões, ou de negligência. Para além das óbvias responsabilidades de Sérgio Conceição, enquanto líder e senhor das decisões técnicas e tácticas, parte do problema foi ter mantido a jogar um conjunto de jogadores que já não queriam estar no Dragão, como por exemplo, Brahimi e Herrera, que em épocas anteriores tinham carregado a equipa e deslumbrado com a sua força e brilhantismo, e este ano, nada, andaram a arrastar-se pelos relvados, nitidamente desmotivados; outro exemplo, foi o central Éder Militão que, há muitos meses com a cabeça em Madrid, foi cometendo erro atrás de erro. Depois, tivemos o caso de Maraga, o todo poderoso, mas que não consegue dominar uma bola e que, segundo a estatística, precisa de três oportunidades para fazer um golo. Sempre apreciei e privilegiei jogadores inteligentes e que tratam a bola "intimamente" por tu...
O que se percebeu, e com grande estrondo, foi o mesmo de sempre, um permanente sacudir da água do capote e de responsabilização de tudo e de todos, menos dos próprios. Volto a remeter para os comentadeiros que, há distância de uma TV, Rádio ou Jornal, espumam irracionalidade e estupidez.
Lamento muito, muito mesmo, mas, por demérito do FCP, o Benfica acabou por ser um justo campeão. Este campeonato NÃO FOMOS PORTO!

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