29 junho 2024

as Nomeadas Colectivas em Bragança

Hoje, na Fundação Os Nossos Livros, um pedaço da tarde a falar das Nomeadas Colectivas. Obrigado a todos aqueles que estiveram connosco.





25 junho 2024

daqui a uns dias...

18 junho 2024

tão eu, mas para melhor...

De vez em quando, cada vez mais espaçado, vou visitando a barca de J. Rentes de Carvalho. Mantenho o gosto e o prazer da sua escrita e permanece como meu eleito na literatura contemporânea portuguesa. Para além disto, muito do que escreve é-me familiar e tendo a concordar amiúde com as suas opiniões. Hoje, dei de caras com esta pérola estival:

"Traques e arrotos
Teria quatro anos, deve ter sido a primeira vez, e se bem recordo levaram-me à praia de Lavadores. Foi mesmo terror, aquelas gigantescas massas de água a rebolar e ameaçadoras, dando a impressão que nos viriam engolir. E assim nunca fui de beira-mar ou praias, não só pelo marulhar constante, a inquietude das ondas, o vento, a areia, mas ainda e sobretudo pelo espectáculo da humanidade em pêlo.
É grande o respeito que me merece o semelhante, e desde há vidas considero o vestuário um dos atributos que muito tem contribuído para a harmonia da sociedade e a paz dos olhares. Daí que a praia se me afigure a versão moderna de uma Cour des Miracles medieval. Os corpos que não ferem os olhos ou os alegram, são gota de água naquele Oceano Pacífico da exposição praticamente nua de adiposidades, fealdades e porcalhice, de modo que uma passagem pela praia – as minhas são poucas, em maioria por razões de ofício ou obrigado pela companhia – tem consequências graves para o sossego da alma, o sono da noite, o respeito que devo ao próximo.
Nessas ocasiões, involuntariamente obrigado a presenciar, incomoda-me a passividade daquela massa de gente que, espichada ao sol, involuntariamente provoca a imaginação de horrendas cópulas, hábitos vis, atitudes indecentes, satisfações alvares, traques e arrotos. 
Para paz de espírito e sossego com o semelhante, dêem-me a rua e a roupa."


J. Rentes de Carvalho, in blogue Tempo Contado, 16 Junho 2024.

https://tempocontado.blogspot.com/2024/06/traques-e-arrotos.html

10 junho 2024

perigos avulsos

Aqui há dias, estando eu a acompanhar alunos em trabalho de campo, desloquei-me a Vilar de Andorinho, onde uma equipa de catorze alunos se encontrava. Ao atravessar uma passadeira, bem no centro da localidade, e depois de ter verificado que não se aproximava nenhum veículo, sou surpreendido por uma longa buzinadela, de alguém que se aproximava do meu lado direito a grande velocidade. Quando levanto o olhar é uma trotinete eléctrica que passa por mim a grande velocidade, sem sequer esboçar qualquer travagem. Há medida que se afastava, eu gritei e repeti que estava na passadeira. O indivíduo (jovem adulto) não terá gostado do meu reparo e, afastado cerca de 100 a 200 metros, trava a fundo, atira a trotinete para o meio da rua e vem na minha direcção, vociferando ameaças e impropérios. Eu acabei de atravessar a rua e fiquei imóvel à espera dele, repetindo sempre que estava numa passadeira. Ele quando chega a quatro ou cinco metros de distância detém o passo e fica como que a medir-me. Eu mantive-me quieto e sem tirar os olhos do palerma, repeti o meu argumento. Ele, depois de me ameaçar com umas lambadas ou algo do género, vira-me as costas e vai à vida dele.
Moral da história: será sempre melhor ignorar estes e outros inaptos sociais, pois as consequências serão sempre imprevisíveis. Há muito que eu sei isto e normalmente até sou tranquilo e nada conflituoso no trânsito e fora dele. Aconteceu e serviu de alerta.

(escrito a 1 de Junho de 2024)

Sérgio Conceição


Eu sempre tive uma predilecção por jogadores raçudos e que, independentemente do seu clubismo, dão o corpo e alma durante os jogos. Aqueles que sofrem com as derrotas e vibram com os sucessos e vitórias das suas equipas. O Sérgio Conceição sempre foi assim: enquanto jogador deixava tudo no campo e enquanto treinador só não conseguiu entrar no campo e dar aquilo - lutar, marcar, sofrer - que ainda saberia dar pela sua equipa.
Para o meu Porto eu quero sempre jogadores e treinadores assim. Independentemente daquilo que ganhou, ou não ganhou, sempre gostei do Sérgio Conceição como treinador do meu clube. Lamento, mas percebo a sua saída depois de sete anos de tremendas lutas e algumas vitórias. Ao contrário do que muitos "doutos" do futebol que por aí andam, para mim futebol não é razão, mas sim e sempre emoção. O Sérgio Conceição representa essa essência do futebol. Por mim, ele poderia ter continuado como treinador do Futebol Clube do Porto, mas também poderia vir a ser o que ele entendesse dentro do clube. Por mim e para ele haverá sempre lugar. Obrigado Sérgio Conceição.

(escrito a 31 de Maio de 2024)