"Eu era paisagista e as paisagens significavam muito para mim. Nos últimos 40, 50 anos, tenho vivido e escrito romances em locais onde posso ver a paisagem. Actualmente, estou em Nova Iorque, a leccionar em Columbia, e o meu apartamento tem vista para o rio Hudson. O meu apartamento em Istambul também tem vista para a entrada do Bósforo. As paisagens têm um efeito profundo em mim. Estimulam a minha imaginação e fazem-me pensar no mundo em geral. [...] Paisagem é uma palavra-chave para mim. Também a uso como metáfora." (Orhan Pamuk, in Ipsilon - jornal Público, 21 Novembro 2025)
Leio esta passagem de uma entrevista ao Prémio Nobel da Literatura de 2006, o turco Orhan Pamuk, e fico deprimido ou infeliz, não sei bem. Não é inveja das suas paisagens, porque não as desejo, mas sim o profundo desejo de ter para mim uma paisagem que me tranquilize, que me inspire e, principalmente, que me faça ficar, permanecer. A minha paisagem actual é uma bomba de gasolina da BP...
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