Ontem, dia 9 de Dezembro, dia chuvoso na Invicta, circulava eu na rua Damião de Góis, parei nos semáforos do cruzamento com a rua Antero de Quental, onde iria virar à direita. Estava portanto na fila da direita das três que aí existem. Seria o terceiro ou quarto carro na fila, quando, olhando para a zona da passadeira, vejo um jovem, alto e bem constituído, com uma máscara cirúrgica na cara, que pára mais ou menos a meio dessa passadeira, vira-se para os automóveis e começa a tocar violino. O meu primeiro instinto foi soltar uma gargalhada, que logo de imediato sustive, pois apesar da surpresa e do inusitado, só uma condição má o poderia motivar ou obrigar a tal desempenho. Certo é que esse rapaz começou a caminhar por entre os carros, sempre a tocar violino e sem pedir nada a ninguém, mas o que aconteceu é que vários automobilistas à minha frente lhe deram dinheiro. Estou habituado, eu diria diariamente, a encontrar gente a actuar nestes momentos fugazes do trânsito... malabaristas, limpadores de vidros, pedintes, palhaços, trapezistas, etc., mas nunca esperaria encontrar um violinista. Eu que por norma não contribuo nesses momentos, pela surpresa e espanto da circunstância, também lhe dei uma moeda.
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