26 junho 2014

o melhor do mundo e arredores

Eu não gosto muito, ou mesmo nada, de escrever sobre futebol. Nem sobre o meu clube, nem sobre a selecção, mas a prestação da selecção nacional neste mundial do Brasil foi má demais.
Nada correu como devia ou teria que correr. Andaram-nos a vender a ideia de que este era o ano de Portugal e aí a comunicação social desempenhou o papel principal. Uma mensagem fraudulenta, que criou expectativas infundadas.
Uma convocatória errática, com jogadores que não eram os melhores nas suas posições e um selecionador teimoso, mas ao mesmo tempo permeável às pressões externas: às pressões de interesses alheios e à indústria do futebol. Com Paulo Bento a sensação que fica é que ele escolhe sempre os mesmos. Parece uma família.
Depois a questão física e a condição com que a maioria dos jogadores se apresentaram para este torneio. Outra vergonha. Dos guarda-redes aos ponta-de-lança, todos apresentavam índices de competitividade muito baixos. Lesões a toda a hora e em todo o lado, cuja culpa não pode ser o tempo, a humidade ou o calor. 
A histeria criada pelos media à volta da comitiva portuguesa, em geral e à volta de Ronaldo, em particular, foi uma vergonha. A notícia era sempre o penteado de Ronaldo, o sorriso de Ronaldo, o aceno de Ronaldo, as meias do Ronaldo, o espectáculo dentro do espectáculo...
Por último, o melhor do mundo. Reparem como não adiantou de nada, nem esperar que um só jogador possa fazer o que deveria ser uma equipa a fazer. Tantos jogadores fantásticos e eficazes temos visto neste campeonato - o frio Mueller, o esteta Van Persie, o simples Messi e o deficiente Eimar, entre outros. O vedetismo, o brilho da divindade ofuscou o resto, o principal, que seria o todo, a equipa. "À mulher de César não basta ser, tem que parecer" e a Ronaldo não basta ser o melhor do mundo e passear-se pelos campos. Tem que jogar, acreditar e efectivar. Nunca o fez neste torneio. É inadmissível.
Pode ser muito importante para o próprio e para a legião de fãs e de gajas que têm sonhos húmidos com o rapaz, mas a verdade é que foi um flop e é inadmissível para um jogador profissional com as responsabilidades de Ronaldo. O melhor do mundo e arredores afinal nem o melhor dos nossos conseguiu ser.
Por tudo isto e mais, ainda bem que já fomos eliminados. Já deveríamos ter sido eliminados não fosse o golo de Varela contra os EUA. Melhor, nem lá deveríamos ter ido. A verdade é esta. Simples e mais barata. O resto é caca.

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