Neste tempo de reflexão e de luto nacional pelas vítimas dos incêndios e a propósito daquilo que ainda ontem aqui escrevi sobre esta moda da defesa exacerbada dos direitos dos animais, que tem distraído a nossa classe política daquilo que é importante e essencial para a nossa sociedade, na verdade, nos últimos anos, talvez desde 2009 e, com maior incidência a partir de 2011, fomos completamente esmagados pelas questões financeiras e económicas, por uma trupe de especialistas - políticos, jornalistas, astrólogos e afins - que monopolizavam a opinião pública e esgotavam a comunicação social publicada, não dando qualquer espaço para se poder falar do resto. Lembro-me de já aqui ter manifestado o meu desagrado por tal esmagamento...
Aqui está um bom exemplo, as florestas, mas foi preciso uma desgraça como a destes dias para ela entrar na agenda política e mediática. Se pararmos para pensar sobre todos estes anos, não houve espaço nem para a floresta, nem para o território, nem para justiça, nem para a protecção civil, nem para a educação, nem para a agricultura, nem para a saúde, nem para a pesca, nem para a cultura, nem para mais nada a não ser o discurso financeiro/económico da dívida pública, do défice, do endividamento, dos ratings e da recessão. Talvez se a opção não tivesse sido essa, parte dos problemas nos outros sectores da nossa comunidade; talvez desgraças como as deste Verão/Outono não tivessem a dimensão catastrófica que tiveram; talvez, talvez.
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