23 fevereiro 2011

suburbana

Um destes dias, um amigo que pela primeira vez me visitava em casa, pediu-me para conhecer o local onde eu normalmente produzia o meu trabalho, o espaço que me permitia criar e a paisagem que me inspirava. Sem qualquer pudor e sem qualquer reflexão não hesitei em satisfazer-lhe a curiosidade. Depois, algum tempos depois, reflecti sobre esse estranho pedido. Num recurso a clichés quotidianos, seria bonito poder apresentar-lhe um espaço amplo, arejado e estupidamente limpo e arrumado, com abertura para um qualquer pedaço de céu relvado e com o mar ou a serra no horizonte. Mas não. Isso não está ao meu alcance. Apenas e só uma paisagem suburbana, recheada de elementos comuns e anónimos de grande urbe.
Em cima, a paisagem possível... que nunca me inspira, antes me desanima. Mas não me queixo.

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