11 agosto 2011

lorga de dine

Lacuna grave no meu conhecimento regional, a visita à Lorga e aos Fornos de Cal em Dine. Sabia que havia uma senhora responsável e zeladora desses locais e, curiosamente, fui directamente ao encontro dela. Estranhamente nada desconfiada pela minha abordagem, falou, falou e falou. Abriu e guiou a visita ao núcleo interpretativo da Lorga. Referiu-se aos achados arqueológicos e às suas datações com tal desembaraço, falando do Paleolítico e do Neolítico, do período Calcolítico e da Idade do Ferro e do Bronze, como eu não falo aos meus alunos. Quis saber quem éramos e de onde vínhamos. Disse-lhe que era de Vila Boa e ela logo exclamou: "- Da terra do Lexinho!"
Depois, procurando logo encontrar pontos de contacto e de proximidade, disse que a minha cara não lhe era estranha, ao que o Shawn respondeu mostrando-lhe um dos meus livros que ela tinha lá em escaparate e à venda. Surpreendida, quis saber mais sobre mim e eu, aproveitando esse interesse e a sua disponibilidade, depressa comecei a fazer trabalho de campo em relação à questão das nomeadas. Uma vez mais, surpreendida pelo assunto, disse-me que nunca tinha pensado no assunto, mas lá foi debitando algumas das nomeadas da sua aldeia e das aldeias vizinhas. Aproveitei para a questionar sobre a toponímia de Dine e ela, afirmativa, disse conhecer todo o termo da aldeia pelo nome. Combinei com ela regressar depois do dia 15 de Agosto para conversarmos acerca disso.
Depois disto, lá fomos visitar a Lorga, agora fechada por causa do vandalismo e dos possíveis furtos e os Fornos de Cal, em bom estado de conservação. A indústria artesanal tradicional em revelação. Muito interessante.
(Vila Boa, 5 de Agosto de 2011)

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