Três dias apenas depois de ter tomado posse como ministro da administração interna, Calvão da Silva foi ao Algarve tomar conhecimento in loco da dimensão da catástrofe natural que se abateu sobre a região. Quando interpelado pelos jornalistas disse, entre outras coisas:
- "Por isso fiz questão de começar esta visita pelos cumprimentos de condolências à família enlutada. Era um homem que já tinha vindo do estrangeiro, tinha 80 anos, fica a sua mulher Fátima. Ele, que era um homem de apelido Viana, entregou-se a Deus e Deus com certeza que lhe reserva um lugar adequado."
- "A fúria da natureza não foi nossa amiga. Deus nem sempre é amigo, também acha que de vez em quando nos dá uns períodos de provação."
- "Em Albufeira, a força da natureza na fúria demoníaca, embora os ingleses digam que é um ato de Deus, um 'atc of God', nós temos que traduzir de outra maneira."
Que conversa é esta? Onde foi Passos Coelho desencantar esta figura? Um ministro da república não pode falar assim. Muito se poderia dizer acerca desta beatice, completamente deprimente e vergonhosa, mas visto e ouvido, vou dizer que é apenas ridículo. Este senhor já foi ministro o tempo suficiente. Ainda bem que, em breve, se vai embora e regressar para as calendas do tempo, de onde nunca deveria ter saído.
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