Eu queria comprar sacos plásticos. Simples sacos de plástico, daqueles básicos, sem qualquer estampado ou trabalho. Apenas sacos de plástico. Estava difícil encontrá-los e um amigo, querendo ser prestável, levou-me a uma grande superfície onde sabia existirem, em quantidade e quantidade e variedade suficiente para eu poder satisfazer a minha necessidade. Solícito, lá me foi mostrando os diferentes tipos de sacos até termos escolhido precisamente um modelo que não tinha referência, nem código, nem mais unidades. Dirigímo-nos a uma caixa para tirar a dúvida e, se possível, pagar. Foi chamado um colaborador que nada mais fez do que ir confirmar na respectiva secção aquilo que nós já víramos. Agradecemos à menina da caixa e regressámos à referida secção com o intuito de escolhermos outro modelo. Irritado com a atitude do tal colaborador que por ali ainda andava, o meu amigo, quando se viu sozinho, pegou novamente nos mesmos sacos (em rolo de 50 unidades) e disse-me para o acompanhar. Dirigiu-se, resolvido e sem hesitações, para a saída, com os sacos metidos num dos bolsos do casaco. Surpreendido pela atitude, segui-lhe os passos, sempre desconfiado e convencido que teríamos sido filmados e que, a qualquer momento, iríamos ser abordados por um corpulento segurança e, assim, apanhados em flagrante delito, ou que os sensores de alarme da loja iriam disparar à nossa passagem. Nada aconteceu.
Já na rua disse-me que eram estes os sacos que nós queríamos e eram estes que eles não queriam vender… ficou toda a gente satisfeita.
Eu só queria sacos de plástico.
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