07 novembro 2017

escritores russos


Camaradas leitores, faço autocrítica: na verdade vim em turismo burguês com a minha mulher Inês, pagando - como se costuma dizer - do nosso próprio bolso, mas aproveitando a época baixa, e sem qualquer compromisso a não ser passearmos, vermos museus, cúpulas acetoladas e sairmos descongelados do (súbito) mais frio Natal ortodoxo dos últimos cem anos.
Não gosto de viajantes modernos, de pessoas que fazem de conta que há sítios inéditos na superfície da Terra, considero-me um turista de cocktail. (...) A admiração pelos escritores russos, cem anos para trás da Revolução e cem anos para a frente, umas duzentas voltas ao Sol de poderosa beleza literária, comédia e tragédia. É por isso que estou sentado ao lado do salvar de Dostoiévski, aparelho em latão em que só ele podia mexer...
Rui Cardoso Martins, in Granta Portugal nº 10, 2017:69 e 70.

Sem comentários: