Apesar de nada ter contra o facto de haver muitos candidatos à Presidência da República, aceito as reservas de alguns comentadores quanto ao facto de ser muito difícil reunir sete mil e quinhentas assinaturas válidas para legalizar uma candidatura destas. De facto, mesmo para os aparelhos partidários não é tarefa fácil, quanto mais para um simples cidadão. Terá o Tribunal Constitucional verificado correctamente todos os processos concorrentes antes de os validar? É a questão que persiste.
Por outro lado, aquilo que assistimos ontem é por demais deprimente. Nada contra debates entre candidatos, mas assim não. Ninguém vai ver, ninguém tem paciência para isso. A consequência será óbvia, abstenção. Houve mesmo um candidato à Presidência da República que no seu primeiro debate, quando lhe deram a palavra, teve que ler um papel para dizer que não concorda com o formato dos mesmos e com a diferenciação dada pela comunicação social aos diferentes candidatos e que, por isso, se iria retirar do debate. Coitado, pensou que estaria a chamar para si todos os holofotes, mas não, apenas teve direito aos seus escassos minutos de fama e regressou à sua insignificância.
Assim, estamos a contribuir para o descrédito das instituições nacionais, do sistema e da própria república. Deveria haver mais cuidado com a selecção dos candidatos e depois sim, dar-lhes iguais condições e oportunidades.
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