Mesmo consciente de todos os aproveitamentos partidários e políticos que a decisão do Tribunal Constitucional sobre as subvenções vitalícias proporcionou, considero uma cobardia aquilo que os referidos deputados fizeram. Não estará em causa a justiça ou legalidade da medida e desta decisão do TC, para mim o mais importante é o próprio procedimento, numa época em que a todos os portugueses foi exigido sacrifício e empobrecimento, estes deputados, quais casta superior, privilegiados, não quer, não aceita ser sacrificada tal como os demais portugueses. Relembro que este procedimento de fiscalização é um poder vedado ao comum dos portugueses e entregue aos seus representantes na Assembleia da República. Para mim o odioso (sem populismo ou demagogia) é esse, pois os mesmos ilustres deputados não se lembraram de pedir ao TC a fiscalização de todos os cortes de rendimentos e pensões que os portugueses sofreram nos últimos anos.
Maria de Belém foi apanhada no meio desta tempestade. Propositadamente ou não, não sei, a verdade é que acabou por ser reveladora do seu carácter e, acima de tudo, do seu pathos. As consequências na sua candidatura só podiam ser estas, e ainda bem, fez-se justiça, pois a sua razão de existir era, única e exclusivamente, o rancor intestino e a sede de vingança dos espoliados seguristas. Toda a gente percebeu isso e a candidata termina a campanha a falar sozinha.
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