24 janeiro 2008

Perfume... ou o rasto da Lesma

Estão a ver, neste fotografia, o rasto de baba ou nhanha que a Lesma deixa atrás de si!?... Pois é esta a imagem que me ocorre sempre que me cruzo com alguém que deixa, atrás de si, um rasto odorífico que nos obriga a inalar tais odores.
Vão-me desculpar os amantes desta prática poluente, mas se eu mandasse, fazia, tal e qual, como o actual governo da nação fez com a lei do tabaco. Se é verdade que é extremamente desagradável, quando frequentamos lugares e transportes públicos, sentir os odores corporais, também não é menos desagradável levar com os cheiros, que de tão intensos, se entranham e, depois, passamos a estar todos perfumados, naquilo a que se pode chamar de perfumados passivos…
Desconfio que esta gente que se encharca, diariamente, nestas fragrâncias se viciou e está completamente dependente dessas substâncias. Os seus organismos estão infectados: células, órgãos, sangue e cérebro cheirarão a essas substâncias(!?).
Depois, pergunto-me, também, porquê é que existe tal necessidade!?... Se não é vicio, só pode ser para ocultar, ou disfarçar algo… aliás, segundo reza a história, a generalização do uso de “cheiros” ocorreu na corte francesa, a partir do século XVIII, para disfarçar a falta de higiene pessoal, a corte banhava-se em fragrâncias.
Quando experimento um momento rasto da lesma, imagino também um cenário de maior intimidade, em que dois ou mais seres se descobrem, se tocam e se provam. Considerem, agora, o que os especialistas da temática, conhecidos mundialmente por “Narizes” ou, no original francês “Nez”, dizem: ao aplicar-se o perfume sobre a pele, o calor do corpo evapora o álcool (ou ingere-o) rapidamente, deixando as substâncias aromáticas, que se dissipam gradualmente durante várias horas e, por isso, o perfume deve ser aplicado nas partes mais quentes do corpo, como nos pulsos, na nuca, entre os seios ou atrás dos joelhos, todos eles locais onde existem veias de bom calibre.
Já podem antever onde este meio devaneio nos levará!?... Pois é!...
Beijar um pescoço com sabor ácido a Âmbar Gris, que não é mais do que uma secreção rejeitada pelo Cachalote, ou então, trincar um mamilo com odor a Musk (almíscar) que provém de uma cabra do Tibete, ou ainda, lamber uma barriguinha light que saiba a Civete que é, pura e simplesmente, algo que é extraído do gato selvagem da Abissínia, não são para mim sensações agradáveis e estimulantes, tal como seria suposto para estes momentos de tal intimidade.
Não conseguindo esquecer a imagem do rasto da lesma, considero imperativa a criação de um movimento nacional contra o perfume e demais derivados. É que perfumar mata e, como tal, o Estado deveria obrigar os produtores a indicarem, nas próprias embalagens, os riscos e as consequências negativas para a saúde individual e, principalmente, para a saúde pública, que o uso frequente e abusivo destes produtos, potencia.

Nota: Recuso-me a dissertar sobre todos e todas as Patchouli’s que diariamente infestam as nossas avenidas.

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