Acompanhei a noite eleitoral até ao fim e até não haver mais qualquer resquício noticioso ou opinativo sobre as eleições legislativas de ontem. Depois, num exercício ao jeito do twitter, registei num caderno algumas notas sobre aquilo que acontecera. Aqui ficam algumas dessas notas e alguns dos sentimentos experimentados nesta noite:
* Derrota clara e humilhante de António Costa;
* Inadmissível derrota para o PS, depois de quatro anos de austeridade e amargos sacrifícios;
* Resultado do PS demonstra estado de guerra civil no seu aparelho e estruturas;
* Resultado do PS demonstra a crueldade e, acima de tudo, a inutilidade do assalto ao poder protagonizado por António Costa um ano antes;
* Vitória clara da coligação PAF, sendo a força política mais votada, não deixa dúvidas quanto ao sucesso da sua mensagem;
* Vitória da coligação PAF, apesar de não conseguir maioria absoluta, permite governação;
* Impressionante como Paulo Portas vai sobrevivendo, contra tudo e contra todos;
* CDU mantém a sua base eleitoral, conseguindo mesmo aumentar a sua representação num mandato;
* BE consegue o seu melhor resultado eleitoral, aumentando número de votos e mais do que duplicando o número de eleitos;
* BE consegue polarizar votos à esquerda do PS e, também, do descontentamento socialista;
* Não se materializa o sucesso virtual dos partidos emergentes, nomeadamente, do Livre e do PDR;
* Nenhum movimento ou partido dissidente do BE consegue votação sequer digna de registo;
* Afinal, apesar da minha desconfiança, sondagens estavam correctas - ao contrário do que aconteceu noutros países, as empresas de sondagens em Portugal merecem credibilidade;
* Noite humilhante para António Costa que deveria ter acabado com a sua demissão. Até aí esteve mal. Preferiu ficar agarrado ao lugar. Politicamente insustentável e a partir de agora, a prazo;
Durante todo este tempo de aproximação ao acto eleitoral e até ao próprio dia, fui dos poucos, ou muitos, não sei, que não acreditei que seria possível a PAF sair vencedora, pois sempre pensei que havia memória, que havia racionalidade no julgamento desta governação. Enganei-me. Preferia que tivesse ganho o PS, ainda que soubesse que pouco ou nada iria mudar e de não ter especial apreço por António Costa, de não o considerar um político tão extraordinário como muitos o qualificam. Parece-me até ser um político pouco afirmativo, preferindo sempre o nim e o tão. Veremos o que os próximos dias nos reservam.
Sem comentários:
Enviar um comentário