26 junho 2016

mediascape: resultados eleitorais

No final desta noite de Domingo, sentado em frente à TV e com o IPAD no colo, assisto com alguma amargura aos resultados das eleições espanholas e às diferentes reacções dos líderes dos partidos. Confesso, tinha alguma espectativa em relação ao resultado da coligação Unidos Podemos, que juntou Podemos e Esquerda Unida. Ainda ontem de manhã tive a oportunidade de ouvir, em Lisboa, uma intervenção de Miguel Urbán, representante dessa coligação, e gostei das suas palavras, da sua energia e dos seus planos. O resultado agora conhecido não pode deixar de ser considerado uma desilusão, principalmente porque PP não só vence, como reforça o número de mandatos.
Entretanto, e ao procurar mais informações sobre estas eleições constato que os canais informativos nacionais estão mais interessados, preocupados e ocupados com o futebol e com as ronaldices. O muito que está a acontecer nos diferentes países europeus e nós enebriados com a bola, com os boleiros e com os intelectualeiros do costume.
Por falar em eleições ou referendos, em jeito de adenda ao texto anterior, como foi interessante verificar e convenientemente registar, que todos aqueles que agora se indignaram com a escolha livre do povo britânico em abandonar a UE, são os mesmos que nos últimos dois anos se fartaram de condenar e apoiar a expulsão da Grécia da mesma União. A hipocrisia desta gente, sem vergonha nas palavras e nos processos de intensão, é gritante e vergonhosa.

2 comentários:

ET disse...

Bom dia! Sou apartidário respeitando as Leis impostas pelo nosso governo (independentemente da sua cor) e pagando os impostos, taxas e taxinhas que vão sendo implementadas. Em resumo, não percebo nada de política Tenho 44 anos e por opcção ideológica optei pelo direito constitucional de nunca participar em nenhuma eleição seja qual for o seu âmbito.
Dito isto, vista apenas perceber de democracia a liberdade relativa que nos possibilita, tenho uma pergunta...
Porque nos regozijamos com o resultado de uma votação (referendo) quando coincide com a nossa vontade (brexit) e nos desiludimos com resultados votados também por maioria mas que não estão de acordo com as nossas convicções?
Só gostava de perceber que é assim que a democracia funciona... 52% gostam muito - 48% nem por isso num caso e o contrário no outro?
desde já obrigado. isto é mesmo muito complexo para mim. Sou uma pessoa simples e pensava que em democracia, após a votação todos se regozijariam com a parte vencedora e se uniriam para trabalhar juntos até nova eleição... Enfim, que inocente eu sou. Um abraço.

Luís Vale disse...

O facto de nos regozijarmos e de nos desiludirmos faz parte do jogo democrático. Aliás, só em democracia é possível haver espaço para tal: para a disputa, para a eleição, para a festa e para a tristeza. Democracia, para mim, é poder discordar da maioria, defender os meus pontos de vista e, acima de tudo, saber que sou respeitado e que tenho que respeitar os resultados das eleições ou referendos, sejam eles quais forem.
Não é que seja uma questão de inocência, mas em democracia nunca se agrada a gregos e a troianos e podemos e devemos fazer escolhas. Eu festejo quando ganho e respeito quando perco. É simples e eficaz. Esperemos bem, que assim possa continuar a ser por muitos e bons anos.