Num dia em que não almocei, chego ao final da tarde esfomeado e, de certo modo, desorientado pela falta de cafeína que por esquecimento, primeiro e por distracção, segundo, acabei por não ingerir durante todo o dia. Mas essa hora final de tarde é já tarde para tomar café, pois as consequências dessa toma seriam catastróficas para essa noite e madrugada, mas acima de tudo, para o dia seguinte.
Portanto, até porque não sabia a que horas iria conseguir jantar, entrei num café para repor calorias. Azar, balcões expositores já vazios e onde sobreviviam dois ou três rissóis de caracter duvidoso e um único pão-de-chouriço, perdido num imenso tabuleiro. Sem hesitar, peço esse pão e uma Coca-Cola que, por outro azar, tem que ser uma Pepsi. Tudo bem, venha ela para absorver alguma cafeína. Três euros e vinte e cinco cêntimos que paguei e apenas pude beber, uma vez que o pão-sem-chouriço nem se conseguia trincar. Se calhar, não era por acaso que ainda ali estava para ser vendido... Ainda pensei reclamar e, às tantas, arranjar alguma confusão, mas fiquei quieto. Não vale a pena, já não me vale a pena. Saí desaustinado em direcção a uma máquina self-service, onde encontrei uma deliciosa sande-mista em pão-de-forma sem côdea.
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