António Costa tinha avisado que "com acordo ou sem acordo, isto não fica assim". Mal tomou posse tratou logo de iniciar contactos e negociações com os privados que haviam ficado com a maioria do capital da empresa. Independentemente dos pormenores e dos custos inerentes, a verdade é que António Costa cumpriu aquilo que dissera sempre, o Estado terá sempre uma palavra nas decisões estratégicas da empresa de aviação portuguesa. Muito bem. É bom para a empresa, é bom para o Estado e é excelente para os portugueses ter um governo e um primeiro-ministro que, pelo menos, tenta honrar os seus compromissos.
3 comentários:
Oh Vale... sinceramente não esperava que fosses pelas letras gordas.
Os socialistas/esquerdistas gostam mesmo de atirar areia aos olhos dos portugueses.
Ficou com 50% do capital, ou seja com direitos de voto, mas sem os mesmos direitos económicos.
Com poder de nomear seis pessoas para um conselho de administração de 12 pessoas, incluindo o presidente que fica com voto de qualidade. Só que até mesmo aqui o poder de decisão pode ficar limitado, já que qualquer opção estratégica tem de ser aprovada por maioria qualificada (ou seja dois terços dos elementos).
Sem direito a dividendos. E passará a ter 18,75% dos dividendos depois de pagar mais 30 milhões...
No contrato de compra e venda assinado pelo anterior Governo, o caderno de encargos previa uma obrigação de permanência do "hub" em Portugal durante pelo menos 30 anos. António Costa fez questão de salientar que essa perenidade termina.
Como salientaram David Neeleman e Humberto Pedrosa - "A empresa é privada, com a garantia de António Costa que não haverá interferência política."
http://www.jornaldenegocios.pt/empresas/transportes/aviacao/detalhe/estado_garante_metade_dos_votos_na_tap_mas_privados_protegem_investimento.html
-parkam
Não são letras gordas. O que sei é que de forma pouco séria e pouco transparente (o acordo entre os privados e o governo anterior foi assinado já depois das eleições legislativas, o que também demonstra bem o carácter destes privados...), e António Costa sempre disse que queria a TAP na esfera pública. Conseguiu tudo, não, mas conseguiu reverter em parte o negócio. Pelo menos sabemos que nos próximos anos, ninguém vai deslocalizar hub e, depois, quando os 5% dos trabalhadores ou pilotos, forem seus, o Estado será o maior accionista...
Areia para os olhos das pessoas foram as promessas feitas pela PAF durante o último ano antes das eleições. Este PM, longe de ser o ideal, pelo menos tem cumprido com a sua palavra, algo inédito nos últimos anos. O resto, enfim...
É bonita a retórica da esquerda sobre o acordo ter sido assinado já depois das eleições. Mas não deixa de ser retórica, talvez para consumo interno dos partidos de esquerda, o vencedor do concurso da venda da TAP já tinha sido encontrado em MAIO. Depois de finalmente ter a luz verde para prosseguirem dos vários reguladores e organismos, é que foi assinado o contrato. Calhou ser depois das eleições, mas o governo era legitimo. Tal como esta geringonça que temos actualmente.
Mas aposto que se dessem aos privados o poder escolher o "contrato", ou do PS ou do PSD/CDS, eles iriam para o do PS... é muito mais benéfico para eles. Nem com toda a vossa retórica conseguem iludir a realidade.
-Parkam
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