Mário Cesariny faleceu no dia 26 de Novembro de 2006, aos 83 anos e foi sepultado num gavetão anónimo (o número 29) do Cemitério dos Prazeres, em Lisboa. Quando faleceu deixou mais de um milhão de euros depositados nos bancos e no seu testamento, como não tinha descendência, deixou esses valores à Casa Pia de Lisboa. Em vida, o poeta tinha manifestado a vontade de não ser cremado, nem enterrado. Assim, para além de se lhe fazer a vontade, a Casa Pia comprou-lhe um jazigo nesse mesmo cemitério, para onde ele seria transladado mais tarde.
Só que passados nove anos continua tudo na mesma, ele sepultado num gavetão anónimo, no talhão dos artistas, e a Casa Pia sem resolver a situação do jazigo comprado no outro lado do cemitério... Segundo o Observador, o problema está num conflito entre a Casa Pia e Manuel Rosa, amigo, editor e também testamenteiro do poeta. A Casa Pia diz que aguarda projecto e orçamento para a requalificação do jazigo, que Manuel Rosa ficou de apresentar. Manuel Rosa diz que a Casa Pia não mostrou interesse em ver os planos, nem em financiar as obras necessárias.
O jazigo de Cesariny fica na ponta oposta do cemitério, longe do gavetão onde foi sepultado. É um jazigo modesto, construído “talvez nos anos 40”, com uma “porta de jardim”. “Fica num lugar simpático, onde existem muitos gatos”, salientou Manuel Rosa. “O Mário gostava muito de gatos.”
Entretanto, na outra ponta do cemitério, os gatos continuam a guardar aquela que deveria ser a última morada de Mário Cesariny. Deitados ao sol, observam indiferentes a passagem dos estranhos. É como se continuassem à espera.
Mais pormenores desta história podem-nos encontrar acima, no link do jornal Observador.
Mais pormenores desta história podem-nos encontrar acima, no link do jornal Observador.
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