16 março 2020

jornal de letras


Com esta edição, a número 1290, o jornal de Letras celebra os seus quarenta anos de existência. É de facto um projecto impressionante se tivermos em conta que estamos a falar de uma publicação periódica e de cariz cultural. Eu conheço o jornal há muitos anos e compro-o assiduamente há alguns anos. É uma das leituras obrigatórias em formato jornal e é sempre com alguma ansiedade que o vou buscar ao quiosque.
Está de parabéns o jornal, todos os seus colaboradores e, principalmente, o seu director e fundador, José Carlos de Vasconcelos. Nesta edição são vários os testemunhos que assinalam esta efeméride...

O JL é todo o contrário (do "fast food" e do sensacionalismo), afirmando-se como uma publicação de "slow food for thought" que proporciona aos seus leitores um espectro largo de artigos numa clara ilustração do papel da cultura na construção de sociedades participadas e na formação de cidadãos livres e esclarecidos.
Jorge Sampaio

Somos um país bem frágil na divulgação artística - no velho e antigo papel sobretudo - e a função do JL é, neste particular, cada vez mais de resistência. Um jornal cultural que se agarra com as mãos, preciosidade boa. E o tempo passa.
Gonçalo M. Tavares

O JL entre com esta edição, nos 40 anos de publicação ininterrupta. Repito o adjectivo: ininterrupta. Não é, por certo, o mais importante destes 40 anos de vida inquieta do JL. O que nos alimenta, aos seus leitores, é a qualidade dos artigos, o cada vez mais raro espaço e tempo de reflexão que são o preço a pagar pelo pensamento livre, a tremenda diversidade dos autores que preencheram estas páginas durante quatro décadas. Ainda assim, a obstinação de um jornal que nos vem parar às mãos, no dia certo, durante 40 anos, é razão para celebrarmos. Essa constância é das qualidades que mais falta nos fazem nas artes e na área da Cultura em Portugal.
Tiago Rodrigues

No meio disto tudo, o JL a tudo resistiu, tudo fazendo para não envelhecer, para acompanhar Portugal e a Democracia Portuguesa. E conseguiu. Pela excelência de todos o que lhe deram 40 anos de auto-biografia de Portugal. Pela singularidade do percurso do seu director e "alma-mater". Ele próprio vivendo e contando muito do que importa a essa auto-biografia. Há muitas outras? Há. Há muitas outras como a do JL? Não há. Porque mais ninguém reuniu tantos tão bons, durante tanto tempo, a falarem-nos do seu mundo interior e exterior, assim falando de Portugal. E falando como só eles sabem falar.
Marcelo Rebelo de Sousa

Recordo apenas que a literatura, a arte e a cultura portuguesas, e em língua portuguesa, são o nosso grande tema e foco de atenção. Visando não só, ou não tanto, divulgar como fazer conhecer, compreender - e, mais ainda, quanto possível, gostar, ou mesmo amar. E por isto mesmo colocamos em primeiro plano a criação, a obra criada e os criadores, pretendendo que tenha tal primordial finalidade em vista o que sob várias formas se escreve e publica.
José Carlos de Vasconcelos

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