13 dezembro 2015

inquietação vs ignorância

Nem de propósito!
Acabei de encontrar no twitter esta fotografia tirada hoje no estádio do Sporting. O comentário à fotografia apenas reforçava a sua mensagem, a importância da vitória conseguida e o facto de permanecerem como líderes no campeonato nacional. Para mim, no entanto, serve-me para ilustrar algo que me tem atormentado a tiróide nos últimos tempos...
Falo da utilização indiscriminada, verbal e escrita, da palavra "muita", enquanto quantificativo ou mesmo qualificativo. Em todo o lado, rádio, televisão, jornais, internet, nas ruas e afins, ouvimos expressões como:
Jogou muita bem!,A gaja é muita boa!,O comentador é muita bom!, Continuamos muita fortes!, etc. etc.
Confesso que me confunde. Eu considero errada a conjugação do feminino de muito nestas frases e outras que tais. Penso até que se tratou, inicialmente, de um regionalismo, um tique do calão sulista e que, entretanto, foi-se alastrando pelo país. Custa-me ouvir jornalistas, políticos, animadores de rádio e tv, a falar assim. Já indaguei, já questionei pessoas entendidas e todas elas me confirmam a minha suspeita. Está errada essa utilização. Instituiu-se verbalmente e foi ganhando espaço no léxico popular e corrente.
Muito bem. Espero que não seja mais do que uma moda, tal como tantas outras que têm aparecido ( estou a lembrar-me de uma recente, que andava, e ainda anda, na boca de muitos portugueses - ...então é assim...), e que em breve, naturalmente, caia em desuso. 
Já há algum tempo eu queria esclarecer esta dúvida que me inquietava, pois receava ser mais uma manifestação da minha farta ignorância.


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